Respiração e Yôga |
Por Instrutor Ricardo Souza
Pense bem: é melhor prevenir.
Respirar bem, ou respirar corretamente nem sempre são preocupações de quem vive e nunca teve problemas com o ato respiratório, infelizmente muitas pessoas somente se dedicarão a percerber sua qualidade respiratória quando a mesma estiver prejudicada. Pode ser uma alergia, asma, sobrepeso, um vazamento de algum gás irritante ou com odor forte que provoque uma dificuldade extrema em respirar, e a partir daí o indivíduo passa a notar que não respira muita bem. Conversando nos últimos anos com alguns médicos, podemos constatar que a maioria das pessoas possui uma respiração muito curta, muitas vezes não aproveitando bem a capacidade de seus pulmões, ou seja, mesmo os indivíduos que nunca foram acometidos por problemas de saúde respiratória costumam não respirar adequadamente. Despertar a atenção para a respiração a fim de melhorá-la ainda mais pode ser uma opção sua, ou uma recomendação médica.
O Swásthya Yôga, utiliza em seus ensinamentos os pránáyámas – nome dos respiratórios do Yôga. E há uma variedade enorme de exercícios respiratórios a serem aprendidos e praticados pelos alunos.
Como se faz na prática?
Muitos se questionam de que forma isso é ensinado e executado em uma aula. É muito simples: o aluno pode estar sentado com a coluna na vertical, seja com as pernas cruzadas ou em alguma outra posição, ou até mesmo deitado. O instrutor começa ensinando que os respiratórios serão feitos apenas através das narinas (com a boca fechada), e a forma mais básica a ser executada é a respiração abdominal, também conhecida como diafragmática ou respiração baixa. Existem possibilidades crescentes de se trabalhar os exercícios desde sua execução correta (ao inspirar o diafragma se “abaixa”, distendendo-se, e a parede abdominal se expande, ao expirar ele se contrái, “elevando-se” e o abdome retrai-se, em curtas palavras – quando o ar entra nos pulmões, o abdome se expande para fora, e ao expirar o abdomem se retrai), depois aumenta-se a percepção da passagem do ar pelas vias respiratórias, desde as narinas até onde se possa sentir. Existem exercícios em que o aluno utilizará a contagem de ritmos respiratórios, por exemplo: conte 4 segundos para inspirar, 4 segundos para permanecer com os pulmões cheios, outros 4 segundos para expirar e por fim 4 segundos para ficar com os pulmões vazios (ritmo respiratório com proporção 1:1:1:1). A medida que o aluno avança na compreensão e execução de ritmos, poderá experimentar proporções mais adiantadas como 1:4:2:0, desde que orientadas pelo seu instrutor. Serão aprendidos respiratórios para expandir cada vez mais a região do tórax, possibilitando uma respiração mais completa (que utiliza-se da expansão do abdomem, das costelas e do peito e da retração de todos na expiração).
O aluno iniciante aprenderá e cultivará o hábito de perceber sua respiração ao longo do dia, o que sera muito importante para corrigir sua forma de respirar. Note que os ensinamentos de uma aula não se restringem ao momento dentro de sala, e quem é que não preferirá respirar melhor? O volume pulmonar de um adulto varia de 4 a 6 litros, equivalendo a quantidade de ar em uma bola de basquete. Quanto melhor for a execução da respiração melhores serão os cumprimentos de suas funções: melhor oxigenação dos tecidos e células. E você deve saber que as atividades cerebral e dos músculos necessitam de um execelente suprimento deste gás para seu mais eficiente funcionamento. Se você respira bem, pensa melhor, concentra-se mais facilmente e também terá mais destreza em sua movimentação corporal. Existem pesquisas médicas e trabalhos de fisioterapeutas e fonoaudiólogos que discorrem sobre distúrbios provenientes da respiração oral inadequada, por exemplo.
Qual a diferença entre executar um exercício de respiração e executar um respiratório do Yôga?
O instrutor não deseja apenas que o aluno passe a utilizar a mecânica correta de sua respiração. O Yôga, ensina a concentrar-se, a vivenciar a respiração e também a observar-se e a aprender a partir daí. (Swádhyáya é o termo que designa o auto-estudo).
Perceba como fica a sua respiração em um momento de extrema emoção, seja ela boa ou ruim? Certamente, ela se modifica, não continua mais como a sua respiração em repouso. Como ela se comporta em situações de elevada adrenalina (durante um esporte radical, ou em uma situação de risco envolvendo perigo). Pois bem, como o Yôga enxerga o indivíduo como um ser integral, cada forma de interação do ser humano com o seu meio implicará em interações com seu corpo físico, sua energia ou vitalidade, com suas emoções, pensamentos e attitudes. É mais fácil decidir algo importante em sua vida quando você se sente extremamente pressionado, com muitas responsabilidades sobre sua escolha? E logicamente situações desconfortáveis farão parte de nossas vidas, como já foi mencionado anteriormente, respirar melhor, implicará em uma capacidade de discernimento melhor. Sua situação problema poderia ser decidir sobre um pedido de casamento, sobre a demissão de pessoas em uma empresa, optar por uma escola para seus filhos, sobre correr para sair de uma chuva que se inicia, e prestar atenção ao cruzar uma avenida movimentada e muito mais.
Além então de aprender a executar respiratórios para concentrar-se mais, para alcançar mais estabilidade emocional, discernimento, prolongar o funcionamento de seu aparelho respiratório por muitos anos (essa é uma das grandes vantagens do yôga, a possibilidade de aperfeiçoar-se mais com o passar dos anos e poder praticar pelo resto de sua vida), além de tudo isso, você deve estar sempre acompanhado de uma sensação de bem estar, de sentir que o que está realizando o transporta para um nível muito maior de conforto e sobriedade para interagir com pessoas, situações e tudo o mais que você chame de vida.
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