quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Células-tronco contra o envelhecimento

O avanço das pesquisas no campo da medicina preventiva ganha a cada momento novos e poderosos aliados contra os estragos do tempo e acenam para que, num futuro bem próximo, transplantes relativamente simples possam fazer desaparecer da rotina dos idosos doenças graves como Mal de Alzheimer, Parkinson, Diabetes e muitas outras. É o que explica o endocrinologista César de Souza Lima Colaneri

Depois que a medicina descobriu que o envelhecimento é causado pela perda hormonal e não que a perda hormonal é causada pelo envelhecimento, tudo ficou mais fácil. Pelo menos é o que acredita o médico endocrinologista, especializado na medicina Antienvelhecimento e na Terapêutica Gênica e Celular em Idosos, Dr. César de Souza Lima Colaneri. Ele explica que as pesquisas nesta área têm alcançado resultados surpreendentes e que os especialistas estão conseguindo aumentar a longevidade em até 120 anos, prevenindo as doenças do envelhecimento.

Por isso, anime-se! O assunto aqui é melhor idade com saúde e muita disposição para fazer o que bem entender da vida.


Considerando que a velhice é hoje uma doença tratável, Dr. César garante que não há mistérios no tratamento antienvelhecimento. “A técnica é fácil, é só manter os hormônios e o metabolismo no nível de quando a pessoa tinha 40 anos de idade”, afirma, citando a reposição hormonal como uma das principais armas para manter a saúde na Terceira Idade, sem as ameaças da osteoporose, da flacidez, da hipertensão arterial, do diabetes, dos distúrbios da tireóide ou do Alzheimer, entre outros males, característicos da fase da vida em que a produção dos hormônios, essenciais para o bom funcionamento do organismo já não é a mesma. Segundo ele, hoje “conseguimos manter a nossa idade biológica mais jovem, as custas de reposição hormonal e correções do metabolismo mineral. Isso é a Medicina Antienvelhecimento”.

Células-tronco – uma janela para a imortalidade

Mas o melhor está chegando de uma forma definitiva. Trata-se dos transplantes de Células-tronco, que possibilitam refazer ou renovar o tecido ou órgão lesado, sem risco para o paciente, proporcionando a recuperação integral das funções do corpo. “Abriu-se uma janela quase que para a imortalidade”, garante Dr. César, dando como exemplo os casos de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) e Coronarianos (Enfartos), quando a célula tronco do próprio paciente refaz a vascularização perdida em apenas 24 ou 46 horas, com o paciente recebendo alta, sem qualquer seqüela. Ele também informa que alguns hospitais em São Paulo já conseguem reparar o pâncreas, formando novas células produtoras de insulina, diferentes daquelas destruídas pelos anticorpos do Diabetes do Tipo 1. O que significa dizer que para muitos pacientes com este tipo de diabetes a recuperação da qualidade de vida já é uma realidade. Coisa que a bem pouco tempo, sequer se poderia sonhar.

O que são as Células-tronco

O endocrinologista e especialista em medicina antienvelhecimento explica que as células-tronco são células mais primitivas de origem embrionária capazes de gerar potencialmente qualquer tecido do corpo humano. Atualmente apenas as do próprio paciente – chamadas células-tronco autólogas ou do cordão umbilical – são utilizadas, já que as células embrionárias ainda esperam por legislação própria para serem realmente liberadas para fins de pesquisas no Brasil. De qualquer forma, ele explica que a técnica consiste “primeiro na prevenção das doenças do envelhecimento e o armazenamento das células tronco retiradas do próprio paciente e estocadas em condições específicas – em temperatura a 192 graus negativos até por 30 anos – para garantir sua integridade físico-química e biológica. Caso neste período o idoso sofra de alguma doença ou acidente, imediatamente essas células são descongeladas e injetadas no local da lesão, fazendo a reparação do dano”.

Reposição de órgãos será possível

Bastante animado com os resultados da medicina antienvelhecimento, Dr. César lembra que desde a década de 60 os especialistas já sabem que alguns tecidos de um organismo adulto se regeneram constantemente, como a pele, as paredes do intestino e, principalmente o sangue, que tem células sendo destruídas e renovadas durante todo o tempo. “A renovação do sangue é tão intensa que diariamente entram em circulação cerca de 8 mil novas células sangüíneas. É assombroso que o organismo consiga controlar um processo proliferativo tão exuberante, impedindo, em circunstâncias normais, que o número de células produzidas exceda o necessário e que as células liberadas na circulação estejam no estágio correto de diferenciação”, enfatiza.

Explica, no entanto, que é relativamente recente a constatação de que além destes tecidos, outros órgãos como fígado, pâncreas, músculos esqueléticos, tecido adiposo e sistema nervoso também tenham um estoque de células tronco e uma capacidade de regeneração após lesões. “Mais recente ainda é a idéia de que essas células-tronco ‘adultas’ não são apenas multipotentes, ou seja, capazes de gerar os tipos celulares que compõem o tecido ou órgão específico onde estão situadas, mas também pluripotentes, isto é, podem gerar células de outros órgãos e tecidos”, diz o especialista, observando, porém, que estes estudos estão ainda em fase inicial, mas que com a melhoria das pesquisas “já poderemos prever para curto espaço de tempo que caso algum idoso perca seu rim ou seu pulmão, rapidamente teremos condições de produzir um órgão novo”.

Sem doenças no futuro é a promessa

Também especialista em Terapêutica Gênica e Celular em Idosos o médico lista doenças como Mal de Alzheimer e Mal de Parkinson, doenças pulmonares obstrutivas crônicas, degenerativas em geral, diabetes 1, acidentes vasculares cerebral e coronariano, traumas da medula óssea e cerebral, lesões oftálmicas tipo degeneração macular e outras, câncer, cirrose hepática, pancreatite crônica, além de doenças infantis congênitas e muitas outras, como males que poderão ser abolidos num futuro próximo da rotina de pacientes idosos ou não, a partir do advento dos transplantes de células-troco. Mas ele também adverte que as células-troco autólogas não curam as doenças, porque não corrigem as causas, sejam elas infecciosa, ambiental ou genética. “Elas permitem que se regenerem os órgãos afetados, mas se a causa não for removida, o órgão será novamente lesado”, explica.

Segundo o Dr. César o futuro saudável está exatamente na composição entre os benefícios dos transplantes de células-troco e da medicina antienvelhecimento. “No caso das doenças genéticas há necessidade da manipulação genética das células-troco do indivíduo para corrigir o defeito genético antes de injetá-las no paciente. Mas se a doença for de causa infecciosa ou ambiental, é preciso que além da terapia celular se remova o agente infeccioso ou ambiental causador da doença”, conclui.

Fonte:
Dr. César de Souza Lima Colaneri, é médico endocrinologista, especializado na medicina Antienvelhecimento e na Terapêutica Gênica e Celular no Idoso.
Telefone para contato: (11) 3884-8070 - Email: clinicacolaneri@ig.com.br