Teste genético e banco de colágeno personalizam luta antienvelhecimento
Aline Dini
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
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Mapeamento genético da pele
"Realizado a partir de um teste chamado DNA Perfect Skin, investiga os riscos relacionados aos genes de proteção do colágeno, capacidade antioxidante, produção de radicais livres, tendência à inflamação, fotoenvelhecimento e ressecamento da pele", lista a patologista clínica Michelle Vilhena, do Centro de Genomas, em São Paulo. "Quando associado ao exame clínico feito no consultório esse teste permite prescrever de forma mais concreta cremes e tratamentos complementares, como toxina botulínica, preenchimentos, lasers e ácidos. Além disso, ele colabora até na orientação da nutricionista sobre a dieta mais adequada para cada caso, como forma de potencializar e prolongar os efeitos dos tratamentos dermatológicos", diz a dermatologista Claudia Marçal.
Na prática, se o resultado mostrar riscos a uma resposta inflamatória mais acentuada são grandes as chances do médico não indicar sessões de laser de CO2 fracionado, por exemplo. Afinal, o equipamento atinge as camadas mais profundas da pele, o que pode levar a uma reação inflamatória ou dificultar a recuperação da pele. Mas se mesmo assim o especialista avaliar que o procedimento é o mais indicado, já vai saber previamente quais medicamentos poderá receitar para evitar efeitos colaterais indesejáveis.
A prevenção é outro ponto alto do teste genético. "Com ele o cuidado ao longo dos anos se torna mais focado e eficaz. Já que uma mulher de 30 anos que já faz a prevenção personalizada tende a ter rugas mais tarde e precisar de menos intervenções em comparação a uma que não tomou tais medidas", afirma a dermatologista Paula Kussakawa Suzuki, de Mogi das Cruzes (SP), que reconhece que um dos entraves do exame é o preço: cerca de R$ 2.500. "A vantagem é que basta fazer uma única vez e o resultado vale para toda a vida, porque o DNA não muda", completa a patologista clínica Michelle Vilhena. Segundo ela, o exame exige que a pessoa fique meia hora em jejum total para que o dermatologista colete a saliva com um kit enviado pelo laboratório. O resultado fica pronto em três semanas, quando é enviado para o médico, que pode dar uma cópia à paciente.
Poupança de colágeno
Mais indicado para quem está na faixa dos 20 aos 25 anos, pois a proposta é guardar em um banco as células que produzem as fibras que dão sustentação à pele, chamadas fibroblastos, quando elas estão no auge de sua produção. Tudo para, mais tarde, poder usá-las no combate à flacidez. A coleta é relativamente simples: no consultório, o dermatologista retira um pedacinho da axila, por ser uma região que fica protegida dos raios solares e mantém a qualidade dos fibroblastos. Esse material é enviado ao laboratório, que processa e armazena as células num congelador específico, onde ficam por décadas ou até que você precise fazer um preenchimento com elas para eliminar rugas e sulcos em qualquer parte do rosto. "Como as células utilizadas são da própria paciente e foram retiradas no auge da produção de colágeno, o resultado é ainda mais duradouro do que o realizado com ácido hialurônico, indo até três anos contra cerca de um ano e meio", compara a cientista e pesquisadora Telma Ingrid Borges de Bellis Kühn, do laboratório Tech Life, em São Paulo. Ela garante que o efeito aparece na hora, mas fica melhor após um mês, quando as células injetadas começam a produzir colágeno; e a técnica pode ser repetida sempre que houver necessidade, já que a quantidade de fibroblastos colhida rende várias aplicações. O investimento gira em torno de R$ 6 mil a R$ 8 mil, o que inclui preparação, armazenagem e aplicação dos fibroblastos, mais uma taxa de R$ 500 ao ano para manter o material no banco, contra os cerca de R$ 1,5 mil do preenchimento feito com ácido hialurônico.