sexta-feira, 29 de abril de 2011

Percentual de idosos na população segue em crescimento, diz Censo (Postado por Erick Oliveira)

Nas últimas décadas, o Brasil tem registrado redução significativa na participação da população com idades até 25 anos e aumento no número de idosos. E a diferença é mais evidente se comparadas as populações de até 4 anos de idade e acima dos 65 anos. Em 2010, de acordo com a Sinopse do Censo Demográfico divulgada nesta sexta-feira (29), o país tinha 13,8 milhões de crianças de até 4 anos e 14 milhões de pessoas com mais de 65 anos.
A sinopse, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresenta os primeiros resultados definitivos do último recenseamento. Alguns números divulgados preliminarmente em novembro de 2010 foram ajustados, a exemplo do total da população, com a inclusão de estimativas sobre a população dos domicílios considerados fechados durante a coleta de dados.
De acordo com o IBGE, o grupo de crianças de 0 a 4 anos do sexo masculino, por exemplo, representava 5,7% da população total em 1991, enquanto o feminino representava 5,5%. Em 2000, estes percentuais caíram para 4,9% e 4,7%, chegando a 3,7% e 3,6% em 2010. Enquanto isso, cresce a participação relativa da população com 65 anos ou mais, que era de 4,8% em 1991, passando a 5,9% em 2000 e chegando a 7,4% em 2010.
Em 1991, o grupo de 0 a 15 anos representava 34,7% da população. Em 2010 esse número caiu para 24,1%. Já entre a população com mais de 65 anos correspondia, em 1991, a 4,8% da população e passou para 7,4%, em 2010. “Isso significa que há menos crianças e adolescentes no país do que há 10 anos e que a população de idosos aumentou”, afirma Fernando Albuquerque, gerente da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.
O Brasil tem, segundo o Censo 2010, 45.932.295 pessoas entre 0 e 14 anos; 34.236.060, entre 15 e 24 anos; 46.737.506, entre 25 e 39; 34.983.120, entre 40 e 54; 14.785.338, de 55 a 64 anos; e 14.081.480 com mais de 65 anos.
A Região Norte, apesar do contínuo envelhecimento, ainda apresenta, segundo o IBGE uma estrutura bastante jovem. A população de crianças menores de 5 anos da Região Norte, que era de 14,3% em 1991, caiu para 12,7% em 2000, chegando a 9,8% em 2010. Já a proporção de idosos na população passou de 3% em 1991 e 3,6% em 2000, para 4,6% em 2010.
As regiões Sudeste e Sul são as mais envelhecidas do país. As duas regiões tinham, em 2010, um contingente de idosos com 65 anos ou mais de 8,1%. Nesse mesmo ano, a população de crianças menores de 5 anos era de 6,5% no Sudeste e de 6,4% no Sul.
Já a Região Centro-Oeste apresenta uma estrutura etária semelhante à média nacional. O percentual de crianças menores de 5 anos em 2010 chegou a 7,6%, valor que era de 11,5% e 9,8% em 1991 e em 2000, respectivamente. A população de idosos teve um crescimento, passando de 3,3%, em 1991, para 4,3%, em 2000, e 5,8%, em 2010.
Distribuição por sexo
De acordo com o Censo 2010, há 96 homens para cada 100 mulheres no Brasil. A diferença ocorre, segundo o IBGE, porque a taxa de mortalidade, entre homens, é superior. Mas nascem mais homens no país: a cada 205 nascimentos, 105 são de homens, segundo o Instituto.
O Brasil tinha, em 2010, 93.406.990 homens e 97.348.809 mulheres. Mas na relação por situação de domicílio, os homens são maioria no meio rural: 15.696.816 homens para 14.133.191 mulheres. Já no meio urbano, as mulheres seguem à frente, como na média nacional: são 83.215.618 para 77.710.174 homens.
Das grandes regiões, a única que foge à regra é a Região Norte, onde os homens são maioria. O Norte tem 8.004.915 homens para 7. 859.539 mulheres. “Isso se dá por conta da migração dessa localidade, onde há atividade de mineração para os homens”, diz Albuquerque.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Hipertensão arterial atinge 23,3% dos brasileiros, diz ministério (Postado por Erick Oliveira)

A hipertensão arterial atinge 23,3% dos brasileiros, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (26) pelo Ministério da Saúde. A proporção de brasileiros diagnosticados com hipertensão arterial, de acordo com o levantamento, aumentou nos últimos cinco anos, passando de 21,6%, em 2006, para 23,3%, em 2010. Em relação ao ano passado, no entanto, o levantamento aponta recuo de 1,1 ponto percentual. Em 2009, a proporção foi de 24,4%.
Os dados fazem parte da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Em 2010, foram entrevistados 54.339 adultos nas 26 capitais e no Distrito Federal.
Segundo o Ministério da Saúde, a pessoa é considerada hipertensa quando a pressão arterial é igual ou superior a 14 por 9. A doença é causada pelo aumento na contração das paredes das artérias para fazer o sangue circular pelo corpo. Esse movimento acaba sobrecarregando vários órgãos, como coração, rins e cérebro. Se a hipertensão não for tratada, pode causar entupimento de artérias, acidente vascular cerebral e infarto.
Diagnóstico
De acordo com a pesquisa, o diagnóstico de hipertensão é maior em mulheres - 25,5% - do que em homens - 20,7%. Nos dois sexos, no entanto, o diagnóstico de hipertensão arterial se torna mais comum com a idade, alcançando cerca de 8% dos indivíduos entre os 18 e os 24 anos de idade e mais de 50% na faixa etária de 55 anos ou mais de idade.
Segundo o Ministério da Saúde, "o aumento das prevalências se deve ao maior acesso da população ao diagnóstico na atenção primária de saúde. E as mulheres procuram mais o diagnóstico na atenção básica, daí uma prevalência mais significativa entre elas".
O estudo aponta que a associação inversa entre nível de escolaridade e diagnóstico é mais marcada na população feminina: enquanto 34,8% das mulheres com até oito anos de escolaridade apresentam diagnóstico de hipertensão arterial, a mesma condição é observada em apenas 13,5% das mulheres com doze ou mais anos de escolaridade.
Capitais
Entre as capitais, Palmas tem o menor percentual de adultos com diagnóstico de hipertensão, com 13,8%. O Rio de Janeiro tem o maior percentual - 29,2%. Entre os homens, as maiores frequências de hipertensão ocorrem no Distrito Federal (28,8%), Belo Horizonte (25,1%), e Recife (23,6%); e as menores, em Palmas (14,3%), Boa Vista (14,6%) e Manaus (15,3%).
Entre mulheres, os maiores percentuais foram no Rio de Janeiro (33,9%), Porto Alegre (29,5%) e João Pessoa (28,7%); e os menores, em Palmas (13,2%), Belém (17,4%) e Distrito Federal (18,1%).

terça-feira, 19 de abril de 2011

Miguel Srougi: como cuidar da próstata

O urologista, que cuida da saúde do "PIB"  brasileiro, fala sobre os principais  temores masculinos, como problemas na próstata, disfunções sexuais e  decadência física. Não tem nem o que questionar: quando se fala em urologia, e  principalmente  em saúde masculina, primeiro nome da agenda e da confiança dos principais políticos, empresários e brasileiros em geral é o do médico Miguel Srougi. Considerado o número 1 do Brasil em Cirurgias de câncer de próstata ( já realizou 2.900), atende em seu consultório gente como o presidente Lula, José Alencar, José Serra , Geraldo Alckmin, Joseph Safra, Lázaro Brandão, Abílio Diniz e  Antônio Ermírio de Moraes, entre outros pesos pesados. Professor titular de urologia da Faculdade de Medicina da USP, pós-graduado pela Harvard Medical School, em Boston, nos Estados Unidos, 35 anos de carreira, uma dezena de livros publicados e outra centena de artigos espalhados mundo afora, Srougi tem a simplicidade daqueles que muito sabem, pouco ostentam e continuam lutando.

Ele se dedica integralmente ao que faz - trabalha todos os dias, das 7 da manhã às 10 da noite -, abriu mão da vida pessoal - é casado, pai de 2 filhos - e  não tem receio de dizer que se envolve demais com seus pacientes. "Sofro muito e esse sofrimento é um dos fatores de sucesso da minha carreira, porque acabo me entregando mais aos doentes." Embora viva intensamente entre os limites das dores da perda e alegrias dos resgates da vida, Srougi, aos 60 anos, leciona na Faculdade de Medicina, "uma de minhas razões existenciais".

Em 2009 inaugurou um moderno centro de ensino e pesquisa para seus alunos, garimpando verbas junto aos seus pacientes poderosos. A sala ganhou o nome de Vicky Safra, mulher de Joseph Safra - em homenagem ao banqueiro que doou a maior parte dos recursos.  Na entrevista, o maior especialista em câncer de próstata do país afirma que "todo homem nasce programado para ter a doença": se viver até os 100 anos, sem dúvida vai contraí-la. Fala também sobre medos, fantasmas masculinos, impotência, novos tratamentos e sonhos pessoais.[E conta por que trocou o Sírio-Libanês pelo Oswaldo Cruz depois de 30 anos. Veja os principais trechos.


ASSOMBROS MASCULINOS

Os homens têm sensação de invulnerabilidade - isso faz parte da cabeça deles. Passam boa parte da sua vida livre de todos os incômodos que a mulher tem, fazendo com que relaxem mais com a sua saúde. Com o passar dos anos, passam a perceber sua vulnerabilidade e passam  a dar um pouco mais de valor a cuidados médicos. O que mais os atemoriza hoje? Problemas com a próstata, disfunções sexuais e decadência física, mexem muito com a cabeça das mulheres, mas também com a deles. As mulheres pautam muito a vida em função da beleza e os homens, da força, da virilidade, da capacidade de agir, raciocinar. Na hora em que surgem falhas nessas áreas, percebe que, talvez, não seja o ser imortal que imaginava.

ENVELHECIMENTO

Há dois profundos temores hoje nos homens: o primeiro é o crescimento benigno da próstata, um fenômeno que ocorre em praticamente todos eles: ela aumenta de tamanho depois dos 40 anos e, dessa forma, o canal da uretra fica ocluído.  Isso faz com que o homem comece a urinar sucessivas vezes, a não ficar em uma reunião prolongada, tem de levantar à noite, prejudica o sono, acorda mal, pode ter descontroles de urina.    O crescimento benigno é quase inexorável: todos os homens vão ter em maior ou menor grau - felizmente, apenas um terço, 30%, tem sintomas mais significativos que exigem apoio médico.

Nesses casos, há medicações que desobstruem parcialmente a uretra e fazem o indivíduo urinar e viver melhor; apenas de 4% a 5% dos homens têm de fazer uma cirurgia para desobstruir a uretra por causa desse crescimento benigno.

 Essa é uma cirurgia, que se faz com segurança e sem os inconvenientes de uma cirurgia maior nos casos de câncer.  Ela remove apenas o fator obstrutivo, o homem passa a viver melhor e sem nenhuma seqüela. Esse crescimento não tem causa conhecida, surge por um desequilíbrio hormonal no homem maduro, ou seja, as células da próstata passam a se proliferar em decorrência dos hormônios. Não tem como prevenir.  Existem algumas medidas, mas nenhuma consistente.

OBESOS E FUMANTES

 Existe a idéia de que o obeso e os fumantes teriam menos crescimento benigno da próstata. O que é interessante é que a próstata seria o único lugar no organismo que eles deixam de ter todas as desvantagens, mas a realidade é meio dura: recentemente se apurou que eles são menos operados da próstata, mas não porque ela não cresce, mas pelo receio dos médicos de operá-los porque complicam mais e também porque muitas vezes não vivem o suficiente  para ser operados - morrem antes. É uma realidade perversa.

REALIDADE NUA E CRUA

 O câncer na próstata adquire maior relevância porque tem uma grande prevalência: 18% dos homens - um em cada seis - manifestarão a doença. E também porque o tumor, que ocorre com muita freqüência dentro da próstata, é eliminado com sucesso em 80%, 90% dos homens. Se esse tumor não é identificado no momento certo e se expande, saindo para fora da próstata, as chances de cura caem para 30%.

É um tumor muito comum e se for detectado a tempo, tem como resgatar esse paciente. Dos 18%, somente 3% morrem - a medicina consegue curar 15% dos homens, ou seja, a maioria. Mas vale dizer que todo homem nasce programado para ter câncer de próstata. Ou seja, nós temos, nas nossas células, genes que as estimulam a virar cancerosas e eles ficam bloqueados durante a nossa existência. Quando o indivíduo envelhece, esses mecanismos de bloqueio deixam de exercer o seu papel e o câncer começa a se manifestar. Com isso vai aumentando a freqüência da doença e todo homem que chegar aos 100  anos vai ter câncer de próstata.

SEM FANTASIA

O exame de toque - um dos meios de se detectar a doença - gera na cabeça dos homens fantasias negativas e receios, mas, na verdade, eles tem muito medo da dor. Tanto é que os que fazem pela primeira vez, no ano seguinte perdem  o medo. Leva três ou quatro segundos e não dói. Então, um dos fatores de resistência é eliminado. Existe um segundo sentimento, que é muito forte: expressar, exteriorizar uma fraqueza se a doença for descoberta. O homem tem pavor disso porque, de acordo com todas as idéias evolucionistas, só vão sobreviver aqueles que forem fortes. É comum você descobrir um câncer no indivíduo, e ele entrar em pânico, não pela doença, mas porque as pessoas vão descobri-la. Porque o câncer é muito relacionado com morte, decadência física, perda da independência, dependência dos outros. O homem não aceita essa idéia, e prefere fechar os olhos e enfiar a cabeça  debaixo da terra a enfrentar, mostrando para o mundo e às pessoas que ele é um ser mais fraco. Isso vai afetar a imagem dele, acha que vai perder poder sobre outras pessoas, porque ninguém obedece a um fraco, alguém que vai morrer.

Isso vai contra a idéia que temos de ser mais fortes para sobreviver.

A PERFORMANCE DO ROBÔ

Estamos fazendo cirurgias com robô, que permite uma visão muito mais precisa do campo cirúrgico, elimina os tremores da mão do cirurgião, permite incisões pequenas, uma operação muito mais perfeita porque os movimentos dele são muito suaves. Isso é muito novo no Brasil. Fiz o primeiro caso há dois meses, no Sírio-Libanês. E agora, o Albert Einstein tem e o Oswaldo Cruz está adquirindo.

Nos Estados Unidos se faz cirurgia robótica em larga escala. Lá, o robô ganha em performance do cirurgião médio, mas ele ainda perde do habilitado. Tenho mais de 2.900 pacientes operados de câncer de próstata pessoalmente. Eu sou o terceiro cirurgião do mundo nesse quesito - só perco para dois americanos e eles estão parando de trabalhar. Apesar de ter essa grande experiência, quando comecei a operar, 35% ficavam com incontinência urinária grave. Agora são só 3%. Impotentes, todos também ficavam. Hoje, se o  homem tem menos de 55 anos, a incidência é de 20% - antes era 100%.

Há também enxertos de nervos, porque a impotência se deve à remoção de dois nervos que passam perto da próstata e nós estamos fazendo esse enxerto quando somos obrigados a retirá-los nos casos em que o tumor fica grudado. Entre os pacientes que fizeram os enxertos, metade voltou a ter ereções com o tempo.

IMPOTÊNCIA, O QUE FAZER?

 Esses novos remédios para tratar a disfunção sexual contornam 1/3 da impotência, tanto após a cirurgia quanto depois da radioterapia. Se os comprimidos não atuarem, existem injeções. Há ainda próteses penianas que são muito desenvolvidas e produzem uma ereção que quase não tem nenhuma diferença em relação à normal. Isso permite que o homem reassuma a vida sexual plenamente e que as mulheres tenham muita satisfação. Os homens ficam extremamente felizes - são hastes colocadas dentro do pênis. Não fica marca, nem cicatriz. Nos Estados Unidos, entrevistaram as mulheres sobre os homens que tinham prótese e as respostas foram positivas. Ela funciona muito bem.

O PAPEL DAS MULHERES

Os homens são resistentes: eles relutam muito em ir ao médico fazer um exame de próstata e só vão quando a mulher os empurra: dois terços dos pacientes no consultório de Miguel Srougi são trazidos por elas."Ligam para marcar a consulta, os acompanham. A gente não vê mulheres jovens trazendo homens jovens para fazer exames. A gente vê mulheres maduras. Claro que o jovem não está na faixa de risco. Mas existe um outro significado da importância da mulher. Primeiro, que ela é pragmática e incentiva o marido. "Mas, por que ela quer isso? "Porque quem ficou vivendo bem 30 anos e conseguiu superar todos os embates da vida conjugal é um casal que o tempo consolidou. A mulher tem o sentido de preservar a família mais forte que o do homem. Passadas as tempestades e oscilações do relacionamento, ela não quer que o marido morra.

É real. Toda vez que tenho um paciente e ofereço dois tratamentos: um que aumente a existência dele, mas vai, por exemplo, causar alguma deficiência na área sexual. E ofereço um outro tratamento, que cura menos, mas preserva melhor a parte sexual, o homem balança na decisão. A mulher nunca hesita. Ela prefere aquele que aumenta a existência, mesmo ocorrendo o risco de comprometer a vida sexual dele e do casal. Poucas vezes vi uma mulher aconselhar um tratamento que dê menos chance de vida e aumente a possibilidade de ele ficar potente. Dá para contar nos dedos. Ela quer o companheiro, quer preservar aquela pirâmide que foi construída, que é rica."

SOFRIMENTOS E PRIVILÉGIOS

Eu me envolvo muito com meus pacientes. Sofro muito. E esse sofrimento é um dos fatores do sucesso da minha carreira, de 35 anos. Nesse sofrimento eu acabo me entregando mais e mais aos doentes. Isso é ruim, porque não tenho vida pessoal, minha vida familiar é feita nos intervalos. Felizmente, os momentos bons prevalecem sobre os ruins. É por isso que eu sobrevivo. Um doente que coloca a cabeça no meu ombro e agradece por ter feito algo por ele, ou deixa correr uma lágrima na minha frente, me faz deletar, superar aqueles momentos em que me senti totalmente impotente. Uma das coisas importantes é o médico saber e demonstrar que a medicina não é infalível e ele não se sentir onipotente. O urologista tem um privilégio. O oncologista mexe com câncer avançado, já no fim do caminho - eu lido com o inicial. Eu consigo salvar muita gente. É um privilégio para mim.

MEDO DA SEPARAÇÃO

Nós não queremos morrer. Primeiro, pela incerteza do porvir. Segundo, porque a morte implica extinção e o ser humano não aceita a aniquilação. A nossa cabeça nasceu para ser imortal. A morte está relacionada com dor, sofrimento, à decadência física, à desfiguração, à perda do papel social, desamparo da família, perdas dos prazeres materiais, da independência. Mas a causa verdadeira é o nosso horror de nos separar das pessoas que amamos. Bem material não deixa ninguém feliz. Há tanta gente rica se suicidando, tomando droga para sair da realidade. Os médicos não compreendem isso. Se as pessoas têm medo de se afastar das pessoas do seu entorno, você precisa tratar o entorno também. Não é o médico que apóia o doente nas fases difíceis - é a família. Eles reagem raivosamente contra a família, querem afastá-la do processo, sem perceber que um doente só vai ter paz, tendo a morte pela frente ou não, se a família estiver ao lado.

A SAÍDA DO SÍRIO-LIBANÊS

Os verdadeiros templos na Terra são os hospitais - não as igrejas. Nas igrejas tem muito ouro, riqueza. Aqui não,  você  conhece o sofrimento, o valor da existência humana. Os orgulhosos e os soberbos ficam humildes, ricos e pobres são iguais; os ruins, os autoritários e os maldosos se tornam condescendentes: eles ficam despidos, tiram a máscara; é aqui que você conhece o que é viver, que resgata para a vida, não em uma igreja qualquer, que o sujeito entra lá, reza dez minutos e sai. Ele pode até sarar, cicatrizar a sua alma. Mas aqui nós curamos a alma e o corpo. Esse é o verdadeiro templo, onde o ouro é a vida. Você entende o impacto que a desigualdade social tem sobre o ser humano, a pobreza, a falta de instrução causa doenças. Depois de 30 anos no  Sirio-Libanês eu mudei para o Oswaldo Cruz. Achar que eu vou ter novas salas, três enfermeiras a mais, é brutalizar o que passou pela minha cabeça. Mudei porque não estava vendo esse lugar como um templo. Eu vivo intensamente, por isso tenho esses sentimentos.

UM POUCO DE FILOSOFIA

A melhor forma de se transmitir as virtudes é pelo exemplo, pela coerência. Certa vez perguntaram para Sócrates como a virtude poderia ser transmitida -  se pelas palavras ou conquistada pela prática. Ele não soube responder. Então, Aristóteles, depois de uns anos, respondeu: "A virtude só pode ser transmitida pela prática e por meio do exemplo". Aqui, eu posso tentar ser o exemplo. Mudando o cotidiano das pessoas, transformando a sociedade e construindo um novo mundo.

CINCO MEDIDAS PREVENTIVAS

Segundo Miguel Srougi, a prevenção ao câncer de próstata é feita de forma um pouco precária, porque não existem soluções para impedi-lo. Na prática, há o licopeno, que é o pigmento que dá cor ao tomate, à melancia e à goiaba vermelha. "Talvez diminua em 30% a chance, mas esse dado é controvertido, por causa disso a gente incentiva os homens a comerem muito tomate, só que deve ser ingerido pós-fervura, ou seja, precisa  ser molho de tomate. Não pode ser seco ou cru."

A vitamina E também reduz teoricamente os riscos em 30%, 40%. Mas, se for ingerida em grandes quantidades,  produz problemas cardiovasculares. Na verdade, se o homem quiser se proteger, deve tomar uma cápsula de vitamina E por dia. Acima disso, não é recomendável. O terceiro elemento é o Selênio, um mineral que existe na natureza e é importante para manter a estabilidade das células, impedindo que elas se degenerem, que é encontrado em grande quantidade na castanha-do-Pará. "Qualquer homem pode ingerir em cápsulas, mas se ele comer duas castanhas por dia, recebe uma certa proteção", diz o especialista. Uma quarta medida é comer peixe,  três porções por semana - rico em ômega3 e tem uma ação anticancerígena provável. E, uma quinta, tomar sol. "O homem que toma muito sol sintetiza na pele vitamina D, que tem forte ação anticancerígena. É por isso que os homens da Califórnia desenvolvem muito menos a doença do que os de Boston", afirma Srougi.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Instituto do Câncer de SP apresenta ultrassom capaz de destruir tumores (Postado por Erick Oliveira)

O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) inaugurou nesta quinta-feira (14) um serviço de ultrassom - ondas sonoras de alta frequência que o ouvido humano é incapaz de escutar - para destruir células cancerígenas, sem a necessidade de cirurgia e anestesia. O novo equipamento estará disponível à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Apesar do efeito do ultrassom em tumores já ser conhecido, o novo equipamento consegue focar até mil feixes em um único ponto - com a ajuda de um aparelho de ressonância magnética. Com o calor, as células cancerígenas são queimadas, sem que o aumento de temperatura afete os tecidos saudáveis vizinhos.

Único na América Latina, o aparelho é de tecnologia israelense e custou R$ 1,5 milhão. Segundo Marcos Roberto de Menezes, diretor do setor de diagnóstico por imagem do Icesp, seis mulheres já foram atendidas com sucesso para casos de miomas - tumores benignos, de tecido muscular e fibroso, conhecidos por afetar o útero.

O Icesp já solicitou protocolos de pesquisa para testar a eficiência da técnica em metástases - câncer que se espalharam pelo corpo - ósseas.

"Essa tecnologia ainda é experimental, não só no Brasil, como em outros centros do mundo", afirma Marcos. "No caso das metástases, a aplicação seria um paliativo, mais indicada para reduzir as dores causadas pelo tumor e aumentar a qualidade de vida do paciente."

Como funciona
O tratamento, no entanto, não serve para qualquer paciente. Um estudo anterior precisa ser feito para saber quem pode passar pelo ultrassom.



sábado, 9 de abril de 2011

Fazer compras ‘faz bem à saúde dos mais velhos’

 Redação, com BBC



Ida às compras é um exercício físico e mental que promove interação
Uma pesquisa indicou que fazer compras pode fazer bem para a saúde, pelo menos para os mais velhos.
O estudo, conduzido por cientistas taiwaneses, analisou 1,8 mil homens e mulheres com idade acima de 65 anos que moravam por conta própria.
Mesmo levando em conta fatores como mobilidade física e capacidade cognitiva, a pesquisa indicou que os indivíduos que saem às compras diariamente têm longevidade maior que aqueles que não adotam o hábito com a mesma frequência.
Na avaliação da equipe, que publicou o seu estudo na versão online da revista acadêmica Journal of Epidemiology & Community Health, a “terapia das compras” representa uma oportunidade de se exercitar, manter uma dieta saudável e uma vida social ativa.
– Fazer compras normalmente tem a finalidade de lazer, com um potencial de aumento no bem-estar –, escrevem os pesquisadores, no estudo coordenado por Yu-Hung Chang, do Instituto de Ciências de Saúde Populacional de Taiwan.
– Comparado com outros tipos de atividades que combinam lazer e exercícios físicos – como por exemplo, exercícios regulares, que normalmente requerem motivação e algumas vezes instrução profissional -, o ato de fazer compras é uma atividade fácil de ser realizada e mantida.
Bem-estar
A pesquisa cruzou os dados de um levantamento feito em 1999-2000, no qual os entrevistados diziam com qual frequência iam às compras.
Depois, a equipe acompanhou a longevidade dos entrevistados por meio do registro nacional de óbitos, entre 1999 e 2008.
Segundo as conclusões da pesquisa, aqueles que faziam compras diariamente tinham chances 27% menores de morrer que aqueles que mantinham o hábito apenas uma vez por semana ou menos.
A equipe reconheceu que a capacidade de fazer compras já destaca os indivíduos com saúde mais forte logo de saída, mas apontou que as conclusões se mantiveram mesmo após o ajuste dos resultados por fatores como limitações físicas e declínio nas capacidades cognitivas.
Comentando a pesquisa, o especialista britânico David Oliver diz que a conclusão “faz sentido”, já que sair às compras promove estímulos físicos e mentais, assim como interação social.
– O que os pesquisadores taiwaneses mostraram é que continuar a fazer compras é um sinal indicativo de bem-estar e de uma vida longa –, disse o especialista.
– Fazer compras normalmente envolve atividade física, interação social com outros consumidores e, sendo uma atividade complexa, vai manter o indivíduo mentalmente ativo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Governo assina acordo para diminuir sódio em alimentos (Postado por Erick Oliveira)

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e as associações que representam os produtores de alimentos processados, assinaram, na quinta-feira (7), um termo de compromisso com o objetivo de reduzir gradualmente a quantidade de sódio em 16 produtos industrializados.
“Este acordo com a indústria alimentícia representa um passo fundamental para que seja atingida a recomendação de consumo máximo da Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de menos de 5 gramas de sal diários por pessoa, até 2020”, disse o ministro.
O documento estabelece um teor máximo de sódio para cada 100 gramas de alimento, que varia de acordo com o tipo de produto. No caso das massas instantâneas, esse teor ficaria limitado a 1,9 grama, o que representaria uma diminuição anual de 30% nos valores atuais.
Além disso, o acordo estabelece que algumas das metas apresentadas devem ser cumpridas pelo setor produtivo até 2012 e aprofundadas até 2014.
Representando os produtores, participaram da negociação a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia), Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima), Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) e a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip).